Para nós, que estamos no setor da restauração, apontado pela União Europeia como responsável
por 20% dos impactos ambientais, o desafio é, sem dúvida, acrescido.
Reduzir a pegada ecológica em cada ato é o meu compromisso, que procuro estender a toda a
equipa, parceiros e clientes. Queremos suprir as nossas necessidades atuais sem comprometer o
futuro das próximas gerações. Isto é entrar no longo, mas inevitável, caminho da
sustentabilidade.
Para quem lidera um projeto de restauração, a sustentabilidade é uma caminhada que tem de se
fazer nas suas três vertentes. Na área económica o projeto tem se ser financeiramente viável,
na área social tem garantir o respeito pelas comunidades envolvidas e na área ambiental é
urgente reduzir a pegada ecológica. Nesta vertente ambiental os desafios são realmente
enormes. Basta pensar que o sector da restauração é dos que mais recursos consome e mais
resíduos produz. Por isso são várias as premissas que ditam a minha atividade quer na criação
de uma carta, quer no quotidiano do restaurante. Defendo um consumo mais responsável de
proteína animal; a escolha de produtos de pecuária e pesca sustentáveis; utilização de
produtos de agricultura biológica; respeito pela sazonalidade dos produtos; preferência,
sempre que possível, por produtos locais e o envolvimento de toda a equipa na redução de
consumo de energia e na correta gestão dos resíduos através da reciclagem. Esta é uma
caminhada que exige uma constante busca de informação… e muita motivação para encarar a
sustentabilidade, não como uma meta, mas como um caminho que se faz diariamente e sem um fim à
vista.