Na adolescência, quando me dei conta da forma desenfreada com que a humanidade estava a consumir o
planeta, decidi seguir o caminho alternativo do vegetarianismo vegan e aí tive de provar, junto da minha
família, que era capaz de sobreviver. E provei.
Durante 10 anos respeitei uma dieta vegetariana. Foi assim que me estreei na cozinha. Só anos mais
tarde, já depois de ter terminado uma licenciatura em Comunicação Social, e durante uma viagem pela
Ásia, é que senti o chamamento. Meses a fio pela Índia, Nepal, Tailândia, Laos, Cambodja e Vietname
levaram-me ao encontro dos monges budistas com quem aprofundei os conhecimentos de meditação e que me
despertaram o interesse pela cozinha holística, associada à medicina tradicional chinesa e ayurvédica.
Decidi então inscrever-me no Natural Gourmet Institute for Health and Culinary Arts em Nova Iorque. Após
o curso, integro o Pure Food and Wine, na altura, a referência mundial da dieta raw. Contudo, uma
oportunidade para trabalhar com o chefe Thomas Keller, 3 estrelas Michelin, no “Per Se”, criou-me o
dilema. Trabalhar no restaurante que era símbolo máximo da alta gastronomia nova-iorquina implicava
inevitavelmente uma grande mudança. A dieta vegetariana foi suspensa, mas a consciência da
responsabilidade em termos ecológicos ficou até hoje.
Passados dois anos decido regressar à Europa para integrar a equipa do restaurante Moo, em Barcelona,
com uma estrela Michelin, e que era assessorado pelos irmãos Roca, donos do El Celler de Can Roca,
considerado o melhor restaurante do Mundo em 2013. Seguiu-se depois a incrível experiência de trabalhar
com Jordi Villa, um dos mais talentosos chefes de Espanha, no conhecido Alkimia.
Só passados sete anos regresso a casa, em 2009, com a cabeça cheia de ideias e na alma a vontade de
abraçar um projeto revolucionário na gastronomia lisboeta. E foi o que aconteceu com o restaurante
“Pedro e o Lobo”, um conceito muito inovador para uma Lisboa ainda pouco desperta, na altura, para a
alta gastronomia. Após o fecho deste restaurante sou convidado, em 2013, pela Mainside, empresa
responsável por projetos como a Lx Factory e a Pensão Amor, para desenvolver o primeiro negócio de
restauração do grupo. Assim nasceram a Casa de Pasto, a Vinharia e mais tarde, em 2015, o gastrobar Rio
Maravilha.
Em 2016 sou desafiado pelo Rui Sanches para partirmos juntos à pesca de ideias e criar um conceito
arrojado, único e diferenciador, capaz de dar resposta ao elevado nível de exigência que Lisboa merece.
Assim nasce o Pesca.
O Pesca nasceu “virado para o mar”, com um grande foco na sustentabilidade e onde se presta homenagem à
gastronomia nacional Atlântica. O desenvolvimento deste novo conceito levou o Chefe e a sua equipa à
construção de uma ementa equilibrada, onde o peixe se apresenta como principal figura, acompanhado pelos
melhores produtos sazonais, criteriosamente selecionados para uma carta que pretende ir além do
convencional.
Um restaurante de cozinha de autor, situado no coração de Lisboa, com o Mar como fonte de inspiração e
que constitui um desafio diário pela consistência que o nosso Cliente merece.